21/09/07

21 de Setembro de 1990


Não sei por que te foste embora.
Não sei que mal te fiz, que importa,
só sei que o dia corre e àquela hora,
não sei por que não vens bater-me à porta.
Não sei se gostas de outra agora,
se eu estou ou não para ti já morta.
Não sei, não sei nem me interessa,
não me sais é da cabeça
que não vê que eu te esqueci.
Não sei, não sei o que é isto
já não gosto e não resisto
não te quero e penso em ti.
Não quero este meu querer no peito,
não quero esperar por ti
nem espero.
Não quero que me queiras contrafeito,
nem quero que tu saibas que eu te quero.
Depois de este meu querer desfeito,
nem quero o teu amor sincero.
Não quero mais encontrar-te,
nem ouvir-te nem falar-te,
nem sentir o teu calor.
porque eu nao quero que vejas
que este amor que nao desejas
so deseja o teu amor


Jose Galhardo/Frederico Valério
para Amália Rodrigues


Ele esperou por ele desde a véspera. Levou-o a jantar ao restaurante, como que a querer impressioná-lo. Desde aí dormiram sempre juntos, mesmo quando surgiram outros cheiros na roupa, outros perfumes no corpo. o Amor adormeceu sempre na mesma cama, e o que não é dito soa sempre melhor.

2 comentários:

1de30 disse...

então... parabéns aos dois. [TS]

Anónimo disse...

XXI SEPTEMBRO MMVII

no dia 21 de setembro de 2007 passaram 17 anos e nesta nossa casa nunca ninguem se foi embora... nunca existiram razoes para partidas... o amor move-se de formas misteriosas...
por vezes e agora que somos adultos vamos passear, apanhar sol ou chuva no rosto, esquecer um pouco a doce rotina, sorver mais um trago desta coisa chamada vida, e depois regressar a correr à nossa cama para adormecer descansado... hipocrisia chamam uns, desespero dizem outros, insensatez afirma a maior parte... são loucos, sao loucos, cantava a Amália...
hoje acho que os tais outros de quem nunca ninguém ouviu falar merecem receber os nossos parabéns, afinal eles têm estado ao nosso lado e muito à sua maneira... por isso apetece-me dizer-te que neste momento as minhas saudades são de quem nos fica a olhar de longe, vendo-nos partir, sempre, no eterno regresso a casa, deixando para traz as marcas nos lençois do afecto...
são coisas de gente crescida e verdadeira, vidas sem mentiras... construçao e continuidade...
tu sabes que eu sei o ke tu sabes que eu sei... e isso é tão bom meu Lagarto...
beijo do teu
Caco