17/10/07

A Bahia é única...

Ontem encontrei aqui no restaurante uma sacerdotisa de Athom deus egípcio. É rica bonita e cultua Athom. Não têm sacerdotes masculinos porque até ao momento não encontraram homens com energia suficientemente forte. Brasil, Bahia, Século XXI... Não encontrava uma sacerdotisa, com templo gigante edificado, desde as aulas de Egiptologia com o Luis Araújo, no primeiro ano da faculdade. Os homens que se cuidem...!

Mameto Kamurici completa 36 anos. Longa vida e reinado no Terreiro de São Jorge, Filho da Gomeia. EPA EIA !

Afilhada Leonor de Oxossi completou ontem 8 anos. O padrinho é meio-doido mas lá se lembrou de ligar para dizer-lhe que tanta água nos separa, que o torna o coração mais próximo.

Senhora Dona Sofia Maria Adelaide Marvão Gil Pires, Condessa de Calhariz. Querida Tia Sofia faz hoje anos. Sempre igual a ela mesma, conservadora, faladora, pudica, risonha, gulosa. Lembro-me das vésperas de Natal em que lhe ia entregar os saptinhos para colocar na chaminé no dia 20 de Dezembro. Replicava sempre:
- A tia ainda vai fazer azevias e o Menino Jesus não gosta de sapatos sujos de gordura.
Traz-mos dia 24.
Parabéns tia!

Hoje é dia de Santa Edviges, Padroeira dos endividados... e mais não digo.

Tia Selima de Jesus - 16 Outubro de 1985
Dona Eius Pacem Domine
Requiescat in Pacem
Amen

Estou cada vez mais chato e rezingão... Coitados dos meus filhotes e do meu Caquinho.

Chegou o Rui de Lisboa. É bom ter visitas quando se está assim longe. Conversas boas e agradáveis.

Sãozinha, TOMA OS COMPRIMIDOS!

NAV PORTUGAL O novo Conselho de Administração da Nav Portugal foi nomeado. Enfim, nada de novo debaixo do sol.

Sete vidas Um homem que viajava de autocarro teve um acidente. O autocarro rebolou por uma ribanceira. Por milagre saiu ileso e conseguiu ajudar a salvar os outros... A reportagem foi ao local e entrevistou-o sobre a façanha heróica e milagrosa. Repetia ele: "Foi como se voltasse a viver. Só se tem uma sorte desta na vida..." Nesse momento um autocarro desgovernado, nessa mesma estrada, atropelou-o e matou-os a ele, ao cameraman e à repórter.

15/10/07

15 de Outubro - Santa Teresa de Ávila





















TERESA D’ÁVILA
Eu estou com aquele que me habita
é claro que me acompanha
por isso o meu desenho resplandece
por isso me vês por outra figura
sanguínea e vital.


Teresa de Cepeda e Ahumada nasceu na província de Ávila, Espanha, numa família da baixa nobreza. Seus pais chamavam-se Alonso Sánchez de Cepeda e Beatriz Dávila e Ahumada. Teresa refere-se a eles com muito carinho. Alonso teve três filhos de seu primeiro casamento. Beatriz deu-lhe outros nove.
Aos sete anos, gosta muito de ler histórias dos santos. Seu irmão Rodrigo tinha quase a sua idade, por isto costumavam brincar juntos. As duas crianças viviam pensando na eternidade, admiravam a coragem dos santos na conquista da glória eterna. Achavam que os mártires tinham alcançado a glória muito facilmente e decidiram partir para o país dos mouros com a esperança de morrer pela fé. Assim sendo, fugiram de casa, pedindo a Deus que lhes permitisse dar a vida por Cristo. Em Adaja encontraram um dos tios que os devolveu aos braços da aflita mãe. Quando esta os repreendeu, Rodrigo colocou toda a culpa na irmã. Com o fracasso de seus planos, Teresa e Rodrigo decidiram viver como ermitães na própria casa e construíram uma cela no jardim, sem nunca conseguir terminá-la. Desde então, Teresa amava a solidão.
Juventude
A mãe de Teresa faleceu quando esta tinha quatorze anos: "Quando me dei conta da perda que sofrera, comecei a entristecer-me. Então me dirigi a uma imagem de Nossa Senhora e supliquei com muitas lágrimas que me tomasse como sua filha". Quando completou quinze anos, o pai levou-a a estudar no Convento das Agostinianas de Ávila, para onde iam as jovens de sua classe social.
Um ano e meio mais tarde, Teresa adoeceu e seu pai a levou para casa. A jovem começou a pensar seriamente na vida religiosa que a atraia por um lado e a repugnava por outro. O que a ajudou na decisão foi a leitura das "Cartas" de São Jerônimo, cujo fervoroso realismo encontrou eco na alma de Teresa. A jovem comunica ao pai que desejava tornar-se religiosa, mas este pediu-lhe para esperar que ele morresse para ingressar no convento. Temendo fraquejar em seu propósito, a santa foi em segredo visitar a sua amiga Joana Juárez, que era religiosa no convento Carmelita da Encarnação, em Ávila.


Gosto dela.
Escrevia sobre Deus, o que era completamente vedado às mulheres do século XVI. Fechava as coxas, roçava e tinha um orgasmo... tudo isto de pena na mão... enquanto prescutava.. Deus.

PERDIZ É PERDIZ, PENITÊNCIA É PENITÊNCIA...O VINHO ALEGRA AS VIRGENS...
Santa Teresa de Ávila

Vida religiosa Teresa entrou no convento da Encarnação. Tinha 20 anos. Seu pai, ao vê-la tão decidida, deixou de opor-se à sua vocação. Um ano depois fez a profissão dos votos. Pouco depois, piorou de uma enfermidade que começara a molestá-la antes de professar. Seu pai a retirou do convento. A irmã Joana Suárez acompanhou Teresa para ajudá-la. Os médicos, apesar de todos os tratamentos, deram-se por vencidos e a enfermidade, provavelmente impaludismo, se agravou. Teresa conseguiu suportar aquele sofrimento, graças a um livrinho que lhe fora dado de presente por seu tio Pedro: "O terceiro alfabeto espiritual", do Padre Francisco de Osuna. Teresa seguiu as instruções da pequena obra e começou a praticar a oração mental. Finalmente, após três anos, ela recuperou a saúde e retornou ao Carmelo.
Sua prudência, amabilidade e caridade conquistavam a todos. Segundo o costume dos conventos espanhóis da época, as religiosas podiam receber todos os visitantes que desejassem, a qualquer hora. Teresa passava grande parte de seu tempo conversando no locutório. Isto a levou a descuidar-se da oração mental. Vivia desculpando-se dizendo que suas enfermidades a impediam de meditar.
Pouco depois da morte de seu pai, o confessor de Teresa fê-la ver o perigo em que se achava sua alma e aconselhou-a a voltar à prática da oração. Desde então, a santa jamais a abandonou. No entanto, ainda não se decidira a entregar-se totalmente a Deus nem a renunciar totalmente às horas que passava no locutório trocando conversas e presentes com os visitantes. Curioso notar que, em todos estes anos de indecisão no serviço de Deus, Santa Teresa jamais se cansava de prestar atenção aos sermões, "por piores que fossem".
Cada vez mais convencida de sua indignidade, Teresa invocava com freqüência os grandes santos penitentes, Santo Agostinho e Santa Maria Madalena, aos quais estão associados dois fatos que foram decisivos na vida da santa. O primeiro foi a leitura das "Confissões" de Santo Agostinho. O segundo foi um chamamento à penitência que ela experimentou diante de um quadro da Paixão do Senhor: "Senti que Santa Maria Madalena vinha em meu socorro... e desde então muito progredi na vida espiritual". Sentia-se muito atraída pelas imagens de Cristo ensangüentado na agonia. Certa ocasião, ao deter-se sob um crucifixo muito ensangüentado, perguntou: "Senhor, quem vos colocou aí?" Pareceu-lhe ouvir uma voz: "Foram tuas conversas no parlatório que me puseram aqui, Teresa". Ela chorou muito e a partir de então não voltou a perder tempo com conversas inúteis e nas amizades que não a levavam à santidade.
As Carmelitas, como a maioria das religiosas, desde os princípios do século XVI, já haviam perdido o primeiro fervor. Já vimos que os locutórios dos conventos de Ávila eram uma espécie de centro de reunião para damas e cavalheiros de toda a cidade. As religiosas saíam da clausura pelo menor pretexto. Os conventos eram lugares ideais para quem desejava uma vida fácil e sem problemas. As comunidades eram muito numerosas. O Convento da Encarnação possuía 140 religiosas.

Reformadora e fundadora Já que esta situação era aceita como normal, as religiosas não se davam conta de que seu modo de vida estava muito distante do espírito de seus fundadores. Assim, quando uma sobrinha de Santa Teresa, também religiosa no convento da Encarnação, deu-lhe a idéia de fundar uma comunidade reduzida. A Santa, que já estava há 25 anos naquele convento, resolveu colocar em prática o plano de fundar um convento reformado.
São Pedro de Alcântara, São Luís Beltrán e o bispo de Ávila, aprovaram o projeto. O provincial dos Carmelitas, Pe. Gregório Fernández, autorizou Teresa a colocar seu plano em prática. Contudo, a execução do projeto causou muitos comentários e o provincial retirou a permissão. Santa Teresa foi criticada pelos nobres, pelos magistrados, pelo povo e até por suas próprias irmãs. Apesar disso tudo, o dominicano Pe. Ibañez, incentivou Teresa a prosseguir seu projeto.
São Pedro de Alcântara, Dom Francisco de Salcedo e o Pe. Gaspar Daza, conseguiram que o bispo tomasse a causa da fundação do novo convento para si. Eis que chega de Roma a autorização para se criar a nova casa religiosa, o que ocorreu no dia de São Bartolomeu, em 1562. Durante a missa receberam o véu a sobrinha da santa e outras três noviças.
A inauguração causou grande reboliço em Ávila. Nesta mesma tarde, a superiora do convento da Encarnação mandou chamar Teresa e a santa a procurou com certo temor, pensando que iam encarcerá-la. Teve que explicar sua conduta à superiora e ao Pe. Angel de Salazar, provincial da Ordem. A Santa reconhece que não faltava razão a seus superiores por estarem desgostosos. Mesmo assim, o Pe. Salazar lhe prometeu que ela poderia retornar ao convento de São José logo que se acalmassem os ânimos da população.
A fundação não era bem vista em Ávila, porque as pessoas desconfiavam das novidades e temiam que um convento sem recursos se transformasse em um peso para a cidade. O prefeito e os magistrados teriam mandado demolir o convento, se não tivessem sido dissuadidos pelo dominicano Bañez. Santa Teresa não perdeu a paz em meio às perseguições e prosseguiu colocando a obra nas mãos de Deus.
Francisco de Salcedo e outros partidários à fundação enviaram à corte um sacerdote que defendesse a causa diante do rei. Os dois dominicanos Báñez e Ibáñez acalmaram o bispo e o provincial. Pouco a pouco a tempestade foi-se acalmando. Quatro meses depois, o Pe. Salazar permitiu que Santa Teresa e suas quatro religiosas retornassem ao convento de São José.
Teresa estabeleceu em seu convento a mais estrita clausura e o silêncio quase perpétuo. A comunidade vivia na maior pobreza. As religiosas vestiam hábitos toscos, usavam sandálias em vez de sapatos (por isso foram chamadas "descalças") e eram obrigadas a abstinência perpétua de carne. A fundadora, a princípio, não aceitou comunidades com mais de treze religiosas. Mais tarde, nos conventos que possuiam alguma renda, aceitou que residissem vinte monjas.
A grande mística Teresa não descuidava das coisas práticas. Sabia utilizar as coisas materiais para o serviço de Deus. Certa ocasião disse: "Teresa sem a graça de Deus é uma pobre mulher; com a graça de Deus, uma fortaleza; com a graça de Deus e muito dinheiro, uma potência".
Encontrou certo dia em Medina del Campo dois frades carmelitas que estavam dispostos a abraçar a Reforma: Antonio de Jesús de Heredia, superior, e Juan de Yepes, que seria o futuro São João da Cruz.
Aproveitando a primeira oportunidade, ela fundou um conventinho de frades em Duruelo em 1568. Em 1569 fundou o de Pastrana. Em ambos reinava a maior pobreza e austeridade. Santa Teresa deixou o resto das fundações de conventos de frades a cargo de São João da Cruz. Depois de muitas lutas, incompreensões e perseguições, obteve de Roma uma ordem que eximia os Carmelitas Descalços da jurisdição do Provincial dos Calçados.
Em 1580, quando estabeleceu-se a separação entre os dois ramos do Carmelo, Santa Teresa tinha 65 anos e sua saúde estava muito debilitada. Nos últimos anos de sua vida fundou outros dois conventos. As fundações da Santa não eram simplesmente um refúgio das almas contemplativas, mas também uma espécie de reparação pelos destroços causados nos mosteiros pelo protestantismo, principalmente na Inglaterra e na Alemanha.

A morte Na fundação do convento de Burgos, que foi a última, as dificuldades não diminuiram. Em julho de 1582, quando o convento já ia com suas obras adiantadas, Santa Teresa tinha intenção de retornar a Ávila, mas viu-se forçada a mudar seus planos para ir a Alba de Tormes visitar a duquesa Maria Henríquez. A Beata Ana de São Bartolomeu afirmou que a viagem não estava bem programada e que a Santa estava tão fraca que desmaiou no caminho. Certa noite só puderam comer alguns figos. Chegando a Alba, Teresa teve que deitar-se imediatamente. Três dias depois, disse à Beata Ana de São Bartolomeu: "Finalmente, minha filha, chegou a hora de minha morte". O Pe. Antonio de Heredia ministrou-lhe os últimos sacramentos. Quando o mesmo padre levou-lhe o viático, a Santa conseguiu erguer-se do leito e exclamou: "Oh, Senhor, por fim chegou a hora de nos vermos face a face!" Ela morreu às 9 horas da noite de 4 de outubro de 1582. Exatamente no dia seguinte entrou em vigor a reforma gregoriana do calendário, que suprimiu dez dias, de modo que a festa da santa foi fixada, mais tarde, para o dia 15 de outubro. Foi sepultada em Alba de Tormes, onde repousam suas relíquias.
Teresa é uma das personalidades da mística católica de todos os tempos. Suas obras, especialmente as mais conhecidas (Livro da Vida, Caminho de Perfeição, Moradas e Fundações), contém uma doutrina que abraça toda a vida da alma, desde os primeiros passos até à intimidade com Deus no centro do Castelo Interior. Suas cartas no-la mostram absorvida com os problemas mais triviais. Sua doutrina sobre a união da alma com Deus é bem firmada na trilha da espiritualidade carmelita, que ela tão notavelmente soube enriquecer e transmitir, não apenas a seus irmãos, filhos e filhas espirituais, mas à toda Igreja, à qual serviu fiel e generosamente. Ao morrer sua alegria foi poder afirmar: "Morro como filha da Igreja".
Foi canonizada em 1662. No dia 27 de setembro de 1970, o papa Paulo VI conferiu-lhe o título de Doutora da Igreja.
Santa Teresa de Ávila é considerada um dos maiores gênios que a humanidade já produziu. Mesmo ateus e livres-pensadores são obrigados a enaltecer sua viva e arguta inteligência, a força persuasiva de seus argumentos, seu estilo vivo e atraente e seu profundo bom senso. O grande Doutor da Igreja, Santo Afonso Maria de Ligório, a tinha em tão alta estima que a escolheu como patrona, e a ela consagrou-se como filho espiritual, enaltecendo-a em muitos de seus escritos
Sua festa é comemorada no dia 15 de outubro.

09/10/07

Maresia de Mel

Nunca mais lá voltei navegando no Cabo Avelar ou no Berlenga. Recordo com saudade os faroleiros e o jeito dos que viviam seis meses por ano sozinhos no meio do mar. Um lugar especial com toda a energia do mar profundo.

O meu lugar favorito e de boas e inesquecíveis memórias... as Berlengas. A água mais fria da terra, para os melhores banhos. As fotos são da minha comadre Margarida.


O Knky

Perguntaram-me o que era ser Kinky.
-Todos somos. As variações é que são imensas. Ora vejam estas moças que se sentem prazeirosas a brincar aos póneis e a fazer de éguas dóceis. Outras ja serão mulas, enfim tudo se pode aprender no Sex Museum de Nova York que tem uma exposição sobre o Kinky.

Diz a Wikpedia: Kink is a term used to refer to a broad range of sexual practices such as spanking, bondage, domination and submission, sadomasochism and sexual fetishism. BDSM is a term that has developed over time to represent the full range of kinky behavior, and not just those represented by the acronym. It is important to note that the definition of what is and is not kinky can be quite subjective

08/10/07

Meu velho...

Está previsto para Outubro deste ano (2007) , o lançamento de “Exit Ghost“, o último romance de Philip Roth. O mesmo “fantasma “ que surgiu pela primeira vez na sua obra em “The Ghost Writer”, publicado em 1979, vai finalmente desaparecer de cena. Pelo menos é o que afirma o seu criador.Preparemo-nos, então, para a última aparição da célebre personagem - e alter ego de Philip Roth - Nathan Zuckerman, o qual, com uma idade avançada, voltará a Nova Iorque depois de vários anos de afastamento e de quase clausura. A expectativa que rodeia este acontecimento - a realidade e a ficção confundem-se - funciona como alibi para passar em revista a vida e obra deste escritor norte-americano que, tanto provoca as maiores laudas - já recebeu todos os prémios possíveis menos o Nobel que lhe é inteiramente devido - como é confrontado com acusações de misoginia e arrogância. Homem, heterossexual, norte-americano e judeu, Roth é um dos mais importantes escritores contemporâneos, senhor de um imaginário muito próprio que conjuga, na perfeição o sentido de comicidade, ironia e autocrítica de Woody Allen com a tortuosa herança existencial de Kafka. Quem tem acompanhado de perto a sua obra ao longo das últimas décadas ficará com uma excelente ideia da evolução da sociedade americana e da psicologia de um povo. Como bónus terá uma perspectiva abrangente, marcante e desapiedada das sucessivas idades de um homem, uma vez que o autor não se coíbe em retratar, com detalhes que vão do cómico ao escatológico, as suas próprias experiências de vida. Mas atenção: os romances de Roth não são estritamente autobiográficos e ele consegue, como escritor, facultar uma perspectiva bem nítida da intemporalidade e universalidade das suas personagens. Basta ler ou reler a sua mais recente obra “Everyman” (2006) para perceber que ele se dedica a dissecar o ser humano em toda a sua grandeza (quando esta existe), miséria(s) e banalidade. Foi Martin Amis que disse que Philip Roth é um escritor de romances autobiográficos que escreve sobre a escrita de autobiografias, o que explica muita coisa em relação à vida, às preocupações e as angustias do autor.Roth tornou-se (muito) famoso quando saiu o seu livro “O Complexo de Portnoy”, em 1969. Não era um desconhecido visto que “Goodbye Columbus”, escrito dez anos antes, uma colectânea de contos mais uma novela que acabou por ir parar ao cinema, teve um relativo sucesso. Mas foi com a figura de Alexander Portnoy que Roth passou a ter um estatuto especial, juntamente com autores judeus do mesmo calibre, como Saul Bellow e Norman Mailer.Philip Roth nasceu em Nova Iorque, Newark, em 1933. Segundo o seu próprio relato em “Patrimony”, o avô Roth estudou para ser rabino na sua Polónia natal mas emigrou para a América em 1897, sozinho, deixando para trás a mulher e três filhos. Empregou-se numa fábrica de chapéus e aí trabalhou duramente para conseguir mandar vir a família que aumentou logo de seguida. Em 1914 os irmãos já eram sete. O pai de Philip, Herman, era vendedor de seguros e a mãe, Bess, tomava conta da casa e dos filhos. Estiveram casados durante cinquenta e cinco anos, até ela morrer de um AVC que deixou o pai do escritor inconsolável. Roth estudou na Bucknell University e na University of Chicago e começou a sua carreira a ensinar na prestigiada University of Iowa - berço de inúmeros escritores célebres que frequentavam as aulas de “creative writing” - e mais tarde na não menos famosa Princeton University. Em Chicago conheceu o escritor Saul Bellow, de quem se tornou amigo, que lhe apresentou a sua primeira mulher, Margaret Martinson. Estiveram casados dois anos, tendo-se divorciado em 1963. Margaret ( a quem Roth chamava “macaca” e que morreu em 1968 num acidente de viação) passou a fazer parte da galeria de personagens da obra “rotheana“. Em “My Life as a Man” - um retrato quase fiel do seu casamento - e em “O Complexo de Portnoy” algumas das figuras femininas basearam-se em Margaret. As feridas abertas pelo divórcio não chegaram a sanar, deixando Roth com um permanente sentimento de frustração e culpa. Ainda de acordo com o seu romance pseudo confessional “Operação Shylock” de 1993, Roth teria sofrido um esgotamento nervoso nos finais dos anos oitenta. Mas depois começou a viver com a actriz inglesa Claire Bloom com quem casou em 1990, tendo-se divorciado cinco anos depois. Bloom, depois da separação, publicou um livro - “Leaving a Doll´s House” - sobre a sua experiência como actriz e onde fazia “revelações” que não abonavam nada a favor do ex-marido. Bloom, que parece ter ficado subjugada pelo encanto de Roth, acusa-o no entanto de profunda misoginia e de viver fixado nas duas obsessões que atravessam todos os seus livros e que o próprio Roth diz serem o motor da vida dos americanos: o sexo e o dinheiro. É provável que Bloom tenha razão - embora no livro se mostre uma mulher queixosa e muito centrada em si própria - mas a verdade é que Roth, à custa de quem o sempre tem rodeado, conseguiu criar, em ficção, um universo que é bem real. Em resposta à ex-mulher, Roth escreveu “Casei com um Comunista”, uma sátira feroz - mais uma - que aproveita o absurdo da era MacCarthy e da sua “caça às bruxas” para mostrar outro dos lados negros da América, com toda a sua hipocrisia e pseudo moralidade. É preciso lembrar que a relação de Philip com as mulheres é complexa, difícil e conflituosa. Se por um lado elas são, obviamente, uma fonte inesgotável de desejo e um caudal infinito de prazer(es), por outro, são a causa de todas as desgraças, a razão da “queda” dos homens. Tudo porque, ainda de acordo com o escritor, são elas que mais preservam e impõem as normas de conduta e as regras sociais vigentes, o que entra em conflito directo com as “aspirações masculinas de liberdade”.O que vale a Roth é que ele possui um invejável sentido de humor. Basta começar por ler “ O Complexo de Portnoy”, o seu quarto romance, onde o escritor deu largas à sua verve desenfreada, brutal e hilariante. Trata-se da história de Alexander Portnoy, um jovem advogado nova-iorquino que passa o livro a confessar-se ao seu psicanalista, o (tornado) célebre Doutor Spielvogel, autor de textos científicos como “O Pénis Perplexo”. O leitor desprevenido será imediatamente alertado pela epígrafe que explica: “ O Complexo de Portnoy: uma perturbação que leva quem dela sofre a um perpétuo conflito entre fortes impulsos altruístas e de natureza ética e um desejo sexual extremo, muitas vezes de origem perversa.” Alexander relata com todos os pormenores a sua fixação pela mãe dominadora, Sophie, a sua tendência compulsiva para a masturbação e outros detalhes da sua intensa vida privada, dominada pela imprevisível e tirânica testosterona. Roth explora aqui a diferença e o atrito que resulta entre o que é básico e natural no ser humano e aquilo que, depois, devido aos preconceitos e tabus de uma sociedade, transforma a vida de qualquer mortal num inferno. Valeria a pena reler, agora, este livro que surgiu como uma bomba numa América dilacerada entre a Guerra do Vietname - e a defesa da sua legitimidade por parte da ala mais conservadora - e os movimentos hippies e pacifistas dos finais dos anos sessenta.Conflitos como este irão ser o mote de Philip Roth ao longo da sua vida e da sua carreira, à medida que explora as suas vivências em relação ao sexo, às relações com as mulheres, à velhice e à morte. Nada escapa ao seu olhar escrutinador, fatalista e satírico. A vida é uma farsa bem apanhada que vale a pena ser vivida, apenas para ser denegrida e exaltada em igual proporção. De Portnoy, que se dedica quase a tempo inteiro às alegrias ( e tormentos) das pulsões eróticas mais desenfreadas até ao herói do seu antepenúltimo livro, o conto moral de inspiração medieval “Everyman”, onde um hipocondríaco acaba por morrer de velho (evidentemente), o autor confessa-se directamente ao seu público. Ele foi, sempre, esse Nathan Zuckerman, uma personagem ficcionada que se parece intimamente com o seu criador e tal como ele, é um judeu de Newark que escreve um romance “Carnovsky”, cuja acção e personagens são directamente inspiradas pela sua própria família e amigos e que se revela imediatamente um sucesso fulminante. Nathan ganha uma fortuna e torna-se uma celebridade que todos querem conhecer, uma espécie de Pop Star com direito a todas as mordomias. As mulheres perseguem-no até à cama e ele casa com três delas, em rápida sucessão. O mundo sorrir-lhe-ia se não fosse a o facto de ter toda a família, vizinhos e conhecidos numa feroz campanha contra ele, uma vez que se sentem prejudicados pela imagem retratada nos livros. Assim, o pobre Zuckerman irá continuar o curso dos seus dias numa luta perene entre as raízes, o passado e a sua cultura, isto é, a voz da sua consciência, versus a sua vida real, feita de excessos, abundância material e sexual e uma sede cada vez maior de dinheiro, mulheres e poder. Mas o que separa a sua personagem de outras semelhantes - como o John Self de Martin Amis em “Dinheiro“ - é que Nathan, como bom judeu, é um homem atormentado e consciente da inevitabilidade da morte e da passagem do tempo.


Ele é... Caco
Gosto dele. Tem um humor, que só eu entendo.É irrequieto, inteligente, mordaz, eléctrico.Sorri como ninguém. Conhece as cidades, cada praça, cada esquina.Ele é brilhantemente culto e sofisticado.Nunca é simples, mesmo quando finge sê-lo. Respira e dorme como a inquietude dos ventos. Sonha e teme. É insaciável como o mar. Bate nas ondas porque é persistente. É sinuoso como um rio... Como poderei dizer-lhe que a velhice o torna cada vez mais bonito.

Bahia em Outubro,
Calor que chega... Os negócios melhoram... a vida avança.Uffff, hoje já matei um leão.

Teco Fuma,que se te apanho tás lixado...

Tia São Inscreve o tô marido neste pograma.Tá?