25/09/07

Quoi de neuf?

O compromisso do mundo ocidental... "até que a morte nos separe.." que subentende investimentos e deságua na familia já teve o sue tempo. Olhando à minha volta vejo o quanto isso mudou. Homens e mulheres juntam-se primordialmente para ter filhos,e como não os podem abandonar(embora às vezes apeteça), criaram uma estrutura social, sobretudo monogâmica,para organizar a propriedade e os bens. Quem não se lembra da velha distinção entre filhos de pai incógnito, legítimos e ilegítimos?
Cresceram assim estruturas de carácter legal que se transformaram em estruturas de carácter social perenes e conservadoras.
Com o século XIX, com o romantismo e a mudança de organização social construi-se a razão mais idiota para casar: - o amor.
Esta nova razão não é histórica,nem comum.
Antes disto o mundo dividia-se entre aqueles que precisavam de organizar bens (classes abastadas) e os que viviam no mundo tão natural, do biológico, do desejo, mesmo que na fugacidade das relações.
O século XVIII era prodigioso e mestre nesta singela,mas fundamnetal separação.
O desejo não é exclusivo,mas inclusivo.Como todos sabemos é impossivel deixar de desejar,independentemente do social ou da estrutura.
A Histórias esta cheia destas alternâncias pendulares:-a belle epoque, por oposição à rigidez vitoriana, o sex and rock'n roll por oposição à II guerra mundial,os anos 60,por oposição ao modelo pequeno-burguês e familiar americano.
As sociedades menos complexas resolveram sempre melhor esta pendulação e controlam-se mais.
As sociedades modernas tem muita dificuldade em aceitar eternos imutáveis.
Esta confusão está presente,hoje ainda na maioria dos casais que conheço, ou que me rodeiam.

No Brasil a confusão é total. Os casais devem estruturar-se. O amor é congénere da trasncedência. É outro nome para o impulso criativo, e, como tal carregado de riscos. Amor significa abrir-se ao destino,à mais sublime das condições humanas, em que o medo se funde com o regozijo.Abrir-se ao destino significa, em última instância admitir a liberdade no ser: aquela liberdade que nos traz o outro, o companheiro desse mesmo amor.
Aceitar esta dificuldade e este enigma, sem nunca oprocurar resolvê-lo, exige um trabalho penoso,grandeza, equilíbrio/desíquilibrio, amadurcimento e muito auto-conhecimento.
O amor é pleno mas, os amantes são precários, impossíveis, atrapalhados por eles mesmo e pela fugacidade. A maioria tem um amor mas não tem capacidade para aguentar o fardo,sobretudo quando descobre que a felicidade é apenas temporalmente limitada.
Tenho dedicado 17 anos da minha vida a viver,sem deslindar o enigma e a deitar-me todos os dias na mesma cama com a mesma pessoa. Será isto o AMOR?Não quero saber. Mesmo!

3 comentários:

Anónimo disse...

...por uma lagrima tua,
meu amor,
que alegria,
me deixaria matar...

teu
Caco

Anónimo disse...

que saudades vossas.
ainda bem que vos podemos ir lendo.
abraços Rui Costa

Anónimo disse...

foram as saudades que me fizeram aqui vir

percorri quase todos os meses em busca de uma ligação que não quero perder


aquele abraço do Ir:.

António Garcia