06/03/07

VOLTO EM BREVE PROMETTO

QUERIDO BLOG,
faz ja algum tempo que nao te escrevo.Vou emendar-me desse mal.Aqui no escritorio do restaurante tenho um computador com um teclado esqusito que no z,poe o y e vice-versa para grande desepero meu...a pontuacao é também infernal e por isso quando tenho vontade de escrever desepero-me nestas modernices...


O meu amigo dileto João Figueiredo mandou-me este texto bem a propósito.
Aqui na Bahia as febres estão em alta,embora sejam febres de verão.Ao que me dizem Lisboa vai pelo mesmo caminho mas com febres inevernosas...

de António Lobo Antunes Sátira aos homens, quando estão com gripe

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele.
Grito de medo, chamo a mulher,
Ai Lurdes, que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os Miúdos, fecha a janela.
Não quero canja, nem a salada,A
i Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se TU soubesses como me sinto,
Já vejo a morte, nunca te minto.
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
Anjos estranhos, cornos e rabos.
Vejo demónios nas suas Danças,
Tigres sem listras, bodes sem tranças,
Choros de coruja, risos de grilo,
Ai Lurdes, Lurdes, FICA comigo.
Não é o pingo duma torneira,
põe-me a santinha à cabeceira,
compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes, nem dás por nada!
Faz-me tisanas e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer.
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer...

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