06/01/07

a minha pátria é a dor



ROMEU

Ao fim de 16 anos conoco o Romeu cegueta morreu.
Foi um cão feliz e amigo.Tinha tantos anos de vida quantos os do meu de relacionamento com o Caco.
É ssim a criação, nasce-se e morre-se.
MORRE-SE sempre para que se possa viver.O justo equlibri seráequilibrar esta relação,para que a morte não prevaleça sobre a vida, e assim viver não seja uma morte constante.



DOR
Alguns acham que a a Pátria humana é a língua.
Enganam-se.
A pátria humana é a dor.
Ela é comum aos indianos e aos baianos,intensa,aguda,moínha ou suave,fere com o mesmo
turpor.


Há latitudes que têm graça.As vezes também deixamde ter e se tornam sombrias,desinteressantes,deselegantes,rudemente incultas, fortemente mal cheiorosas pestilentas,onde a vida se torna penosa.Para equilibrar este desencanto é necessário partir para outras latitudes,cheirar outros aromas e regressar à terra onde a poeira é densa,húmida e quente.

2 comentários:

Casa Da Mata Verde disse...

Paulo, meu amigo Paulo,
parece-me que o sofrimento unge a carne e blinda a alma, mas na verdade não se pode deixar-se levar pelo sentimento único de desencanto. Não sei porque cá estou eu a falar estas coisas, já que passo por momento doloroso de reconhecimento próprio. Lamento pelo desaparecimento dos amados cães e repito que anda errado esta sequencia morbida de morte; mas, lembre-se: amo-te, a ti, ao caco e aos miúdos. Unam-se no sentimento mais puro de estar junto e saberais que es reconfortante viver cá na Bahia. São amados aqui, viu!? Beijo grande e cheio de carinho por ti, Carlos

Anónimo disse...

Mors-Amor

Esse negro corcel, cujas passadas
Escuto em sonhos, quando a sombra desce,
E, passando a galope, me aparece
Da noite nas fantásticas estradas,

Donde vem ele? Que regiões sagradas
E terríveis cruzou, que assim parece
Tenebroso e sublime, e lhe estremece
Não sei que horror nas crinas agitadas?

Um cavaleiro de expressão potente,
Formidável, mas plácido, no porte,
Vestido de armadura reluzente,

Cavalga a fera estranha sem temor:
E o corcel negro diz: "Eu sou a Morte!"
Responde o cavaleiro: "Eu sou o Amor!"

Antero de Quental