05/09/06

Nem tudo o que luz é oiro...



Há sempre um buffon em todos os lugares.

Oiço o Rigoletto debaixo dos pés de jambo daqui de casa,perante a impaciência da Primavera.
A versão é de Muti, com Zancanaro,Dessi, e o coro do Alla Scala onde foi gravado.
Já vi esta opera várias vezes ,mas hoje,particularmente, queria ir vê-la a Nova York, porque isto de residir na selva,também pede alguns momentos de sofisticação, que é das únicas coisas que por aqui não há.



Parada Gay,







"...Só existe o AMor,o amor que não conhece regras e é livre, o AMOR que não julga apenas flui.
Só existe o AMOR que não é uma caricatura de ciúme e de posse.
Só existe o AMOR..."




Descubro, não sem alguma dor que, a maioria baiana é muitissimo conservadora,retrógrada e profundamente tacanha.Mesmo quando se apresentam como tolerantes, não o são.
A parada não teve brilho nem intensidade.Os milhares de homosexuais e bisexuais não participaram e a parada ficou cheia de suburbanas e exuberantes e de povão que aproveita qualquer acontecimento para beber 30 litros de cerveja e correr atrás do circo.
Todos os outros ficam em casa a fingir que nada sabem sobre o assunto, embora apesar de casados e casadas se relacionem com ambos os sexos.

Num universo onde a pobreza de espirito é avassaladora, arranjar um pretexto para se sentirem superiores é fundamental nem que seja á custa da sexualidades.Os negros em geral,são os piores e os mais conservadores e tacanhos.Até mesmo racistas.
Tudo na Bahia se faz debaixo dos panos.
Vivem da mentira e da fachada, cultivam-na e desejam-na.

A demagogia é o veio que alimenta todas as classes da mais pobre, manipulada pela televisão, á emergente que nasce sem cérebro.
Aliás, o Brasil, óptimo para residentes estrangeiros, é uma enorme mentira.
É importante remetermo-nos para o nosso lugar- gringos que curtem o país.

O resto é com eles.

1 comentário:

Anónimo disse...

Paulo, Paulino, meu amigo querido,
compreendo suas afliçoes sobre a fatigante, desesperada e humida Bahia; compreendo sua melancolia lusitana diante do incausto sentimento baiano paradoxalmente correcto para inserir em seu contexto todos aqueles que desejam compartilhar a dicotomia sentimental dos que aqui vivem. Todavia, nao concordo, se me permites, quando fala em "viver na selva", pois em muito (ou em nada!?) deixamos a ficar diante de algumas cidades européias, ricas em dever histórico porém palpérrimas em vida cultural. Cada sítio com sua particularidade, e muitas vezes a selva está em nossos coraçoes e mentes, devendo cada um desvendar essa hilariante selva em um mangue humido, rico e protuberante de riquezas.
Mas quem sou eu para cá estar dizendo estas coisas, um melancólico sem precedentes!!! Beijos do baiano amigo, Carlos