19/08/06

Domingo de Sol em pleno Inverno

UM BOM TITULO:-FAZ-TE À VIDA!

Estou a ler um livro da galardoada com o Prémio Nobel da Literatura, Nadine Gordimer. Desta vez, a autora brinda-nos com uma extraordinária narrativa de traições e recomeços intitulada," Faz-te á vida".
No coração do romance está o símbolo da milagrosa auto-renovação do ecossistema do delta do Okavango: uma metáfora para os vários triunfos do amor e vida vividos pelas personagens.

Passado na África do pós-apartheid, este romance conta a história de Paul Bannerman, activista ambiental, que luta apaixonadamente contra a construção de uma central nuclear na sua nativa África do Sul. Simultaneamente, debate-se com uma estranha ironia do destino: a radioterapia à base de iodo a que foi sujeito para tratar o cancro de que sofria deixa-o radioactivo, forçando-o a isolar-se da sua família.

A autora, romancista, ensaísta, argumentista e activista política, nasceu em 1923, na cidade mineira de Springs, na África do Sul. Nadine Gordimer é a escritora que mais teimosamente manteve a verdadeira face do racismo na nossa frente, expondo as suas complexidades humanas e fazendo incidir as luzes sobre um país que evolui penosamente de um estado racista opressor para um modelo de democracia .

Outras leituras, porque faço muitas em simultâneo são os textos de Beckford sobre Portugal e a corte de Dona Maria I, sempre actuais e caracterizadores da personalidade portuguesa e de Gonçalo M Tavarares,"Agua,Cão,Cavalo,Cabeça,naquele seu jeito de escrever imprevisível e de murro no estômago.
Não se pode ler de noite porque faz azia.

Recomendaram-me a leitura de José Luis Peixoto,mas temo que me desconcentre e me trasnporte para outras memórias de arribas infindáveis.
Será talvez melhor ater-me a uma biografia de Louis,XIV do Dufreigne, que tenho por aqui.


Em Cada esqueina há um amigo,em cada rosto...iguladade


Este é um verso de Zeca Afonso que me vem muitas vezes à emmória aqui na Bahia.

Em cada esquina se cruzam olhares.Todos demandam coisas diferentes.Uns procuram consolo,outros sexo,outros mesmos uma mitica oportunidade de ganhar algo,outros apenas observam.
Todos eles sorriem.Todos eles sabem que é bom viver e nos dias de Domingo todos eles são dourados pela música que grita também em cada esquina.



Dóris,
A Dóris chegou da Europa com a Irmã Dulce.
Poderosas vinham cheias de compras e de recordações que ficarão certamente para toda a vida.
Fizeram um jantar em casa,na varanda para comemorarem a chegada.
Dóris disse-me que se sentia a chegar a casa.Isso é bom.


A semana no pé de Jambo primou pela ausencia de Dona Flor que foi para Paulo Afonso,uma cidade do interior da Bahia.As coisas até correram bem.Só houve uma trovoda.
Os trabalhos de escola foram feitos debaixo de autoridade de Miss Rotemeyer, que com o seu chicote garante o cumprimento da planilha.



Sexualidade Baiana

Ney Mato Grosso cantou que é por debaixo dos panos que a gente faz.
Isto é a Bhaia.Oficilamente todos são politicamente correctos.Todos são heterosexuais,monogâmicos, fieis,trabalhadores e honestos,católicos ou evangélicos e ninguém,excepto os pobres é de Candomblé.
Debaixo dos panos rola diferente.


Religião
Ninguém assume às primeiras que frequenta um terreiro de camdomblé.É coisa de pretos e de pobres.Duas cerevjas depois,conhecem todos os orixás,os seus orixas pessoais e os mais importantes pais-de-santo da Bahia..

Sexualidade
No mundo extra urbi,existem genericamente os heterossexuais,os homosexuais e os bisexuais.No mundo intra orbi exite,uma nova categoria,não estudada,em que o que importa é o momento.Nada se rege pelas normais leis do desejo de outras geografias.Tudo tem um novo entendimento e tudo pode sempre acontecer.É como se fosse um Matrix,outra dimensão onde as pessoas se cruzam e se tocam.Esta noca categoria é a dos Baianos.
Esqueçam os rótulos,aqui tudo é possivel,desde que role...

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