07/06/06

A importância de se chamar...

Na Bahia a questão dos nomes é da maior importância.
Não há nomes simples,nem nomes fáceis.Isso está completamente banido do universo mental dos padrinhos da Bahia.Nada de Manuéis, Marias ou Joaquins.Os que existem são herança colonialista portuguesa antiquada e retrógrada.Os nomes aqui são criativos,adaptam-se à personalidade, ao facies das pessoas, ao seu temperamento e energia.Até os lugares têm nomes elaborados, tipo, Lauro de Freitas, Euclides da Cunha ou daqueles que ninguém consegue perguntar num cruzamento de uma estrada do género,Juariquáquá,Itacimirim,Imbui,Jabuticaba,Emoriconidui, Jaquateriponetiqutipi, entre tantos outros.
Ora atentemos no nome das pessoas.
A moça gordona, com dentes de mentirosa que me serve o café no Shopping chama-se, Vanusa. Está certo!.O nome adapta-se ao seu rosto, função e dentição.
Jacinaldo,Moacyr,Roquenilde,Jandira,Admilton,Lilio,Crolencilda,Rubevaldo,
Ricque,Hermés,Gildete,Gilmara,Valdete,Cleverton,Juvenildo,Marinalva,Cloacyr, são nomes perfeitamente adaptados ás pessoas que os ostentam, quer pelo porte, quer pela personalidade.
O canalizador que vem cá a casa é Jacinaldo, o ajudante é Deleodato. Está certo!
Ninguém no seu perfeito juizo chamaria Martim ou Diogo ao canalizador.
Os nomes de gente fina aqui ,estão também adaptados às pessoas.Em Portugal um Betinho não se chama Beto ou Queque.Aqui, os betinhos chamam-se Mauricios e Patrícias e são designados por Mauricinhos e Patricinhas.

No que diz respeito aos apelidos,é que a porca torce o rabo.
A maioria dos baianos que conheço não lhes dá qualquer relevância ou até simplifica.
Por exemplo, o neto do chefão de Salvador,o deputado António Carlos Magalhães, também deputado, chama-se ,precisamente,Magalhães Neto.Simples, não?

No fim-de-semana passado ensinaram-me que o nome está associado a um número, e, este por sua vez tem um significado e interpretação.Só recorrendo à numerologia se percebe a pobreza dos nomes Andrés, Franciscos, Pedros, Martins, Sanchos ou Ruis a armar ao pingarelho.

Paulo Jorge,que só a minha tia Sofia Adelaide me chama, não lembra ao careca e, convenhamos, não é "smart". Onde estava a minha madrinha Aida Lionisa, e a Senhora minha mãe, Maria Virginia do Mileu quando me deram este nome?
Quando me tornar cidadão brasileiro não hesitarei em chamar-me Cristicilo.

4 comentários:

Anónimo disse...

este post foi LINDO!!!

a proposito... há sugestões???

Anónimo disse...

Só uma correcção! A Madrinha Aida tb te trata sempre por Paulo Jorge!! :-)
Abraços,
Primo Miguel

Anónimo disse...

tu és de sonho.
já não passo sem este blog.
beijos
catató

gatoman disse...

Ai saudades do canalizador...