09/06/06

Coçar o pinto.


Se pensam que coçar o pinto é uma actividade de carácter ornitológico estão enganados.
Aqui na Bahia esta é a actividade favorita do sexo masculino.
Crianças, pubres, adolescentes, adultos, velhos , todos passam o dia a coçar o seu orgão sexual por cima da roupa.
Por vezes, em plena cavaqueira no meio da rua até o agarram completamente, enrolando-o por cima da calça de ganga.
E pergutam-me voces a que se deve tal desporto e iniciativa?
Pois é tambem o que me pergunto.

Qualquer português, mesmo sem ser filho de uma marquesa, nem ter tido uma esmerada educação suiça, aprende desde cedo, nem que seja através dos gritos castradores das familiares do sexo feminino, que, na pilinha é feio mexer-se. Nunca se mexe na pilinha em público. A pilinha é como se fosse uma parte do corpo inexistente. Ela é um orgão privado para tratar debaixo dos panos no recesso da intimidade do lar.
Ora aqui, na nossa Bahia não. Afaga-se a pilinha, o pinto, em todo e qualquer momento. Pinto que se presa é agarrado, remexido, voltado, enrolado, arrumado inúmeras vezes ao dia. Até, nalguns casos é legitimo que, durante a conversa com outros homens, cada um o puxe por cima dos shorts, como que a dizer:
- é poderoso, é meu, e sei para que serve.
Nos primeiros tempos por aqui pensei tratarem-se de sinais de caracter sexual, tipo proposta de meetings.
Não sao! É assim mesmo.
Uma questão de estima e apreço, por aquele jardim de delicias que, faz mais por nós do que o umbigo,que não nos serve para nada em toda a vida, ou o dedo mindinho do pé, em que mexemos sem pudor, reserva ou castração.
Estou quase convertido a este novo desporto onanista de coçar o pinto, só não o faço porque, apesar da intença produção legislativa brasileira noutras materias, na das cotas para géneros, ainda não foi feita uma lei que incentivasse as mulheres a coçarem a sua passarinha em público.
Estou com elas nesta luta pela igualdade de direitos, nesta exaltação da auto-estima do orgão sexual.Se uma mulher coçar a passarinha, pipi, xoxota, todos pensam que é uma devassa e, que a tem, no minimo, mal lavada.
Se um homem coça o pinto, nem que seja um pintainho - é macho.
Estou muito atento a esta desigualdade, até porque,como diz o povo português :
"... comer e coçar,o mal é começar."










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1 comentário:

José Infante de la Cerda disse...

Ó Paulo, olhe que este escrito, para quem se diz disléxico, está muito bom. Não lhe conhecia a veia de blogger! E já fica a saber, quando tiver tempo para coçar o pinto, far-lhe-ei uma visitinha nesse terra de todos os santos.